sexta-feira, 28 de setembro de 2012

A IMPORTÂNCIA DA ALIMENTAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DA FALA


O crescimento e desenvolvimento saudáveis de uma criança dependem de uma série de fatores internos e externos a esta, que se interligam.
No que diz respeito à alimentação, podemos começar enfatizando a importância da alimentação natural (seio materno). Nesse período inicial, o bebê necessita de um contato físico com a mãe que lhe proverá segurança, afeto e alimento. Além disso, terá a oportunidade de conhecer e exercitar seu aparato bucal (lábios, língua, bochechas e palato). A alimentação natural promove a estimulação da região intra-oral propiciando uma sucção adequada. Tudo isso exige um trabalho muscular preparatório ao desenvolvimento da fala.
 Este trabalho muscular é essencial, pois os órgãos estimulados serão os mesmos utilizados no ato da fala e desta maneira, se exercitados de forma e por tempo adequados, estarão prontos para a nova função a que também são designados.   Levando-se em consideração os aspectos afetivo e funcional da alimentação no seio materno, podemos ressaltar a importância do desmame progressivo, passando-se lentamente à alimentação alternativa.
Estas modificações gradativas na alimentação visam exclusivamente um exercício dos órgãos visam exclusivamente um exercício dos órgãos da fala e um preparo para a aceitação do alimento sólido (com um ano) e posteriormente (aos dezoito meses) a de uma dieta semelhante a do adulto. Do contrário, podem advir problemas articulatórios por má utilização dos órgãos da fala durante a ALIMENTAÇÃO. São eles decorrentes de dificuldades ao mastigar, deglutir, língua com tônus diminuído, lábios entreabertos e respiração oral viciosa (sem problemas de adenóides, alergias, gripes).
 Devemos lembrar que a mastigação é a função mais importante do sistema estomatognático, pois é o primeiro estímulo ortopédico para que o processo de crescimento e desenvolvimento da face possa ter início. Ela exercita os músculos faciais e deve ser bilateral alternada, com movimentos de rotação de mandíbula, levando-se em consideração as condições de cada indivíduo (tipo de oclusão ou maloclusão, conservação dos dentes, tipologia facial, condições respiratórias). Por isso a importância do consumo de alimentos duros e secos para a qualidade da mastigação e força muscular oral.
 Sendo assim, é fundamental que toda criança em idade pré-escolar seja submetida, pelo menos uma vez, ã uma avaliação fonoaudiológica. Esta avaliação irá verificar se a criança está no processo de aquisição de fala esperado para sua faixa etária. Se houver algum atraso, investigaremos a causa do mesmo, realizando encaminhamentos necessários para outros profissionais e orientando os pais sobre o que podem estar fazendo para auxiliarem no desenvolvimento da fala da criança.
Na avaliação fonoaudiológica também são observados os órgãos fonoarticulatórios (órgãos usados na articulação da fala) que podem apresentar alterações e por isso estar prejudicando a fala. As funções estomatognáticas também são avaliadas.
 Caso alguma alteração seja diagnosticada, deve ser corrigida com terapia fonoaudiológica com objetivo de melhorar não somente a fala da criança, mas também as funções de respiração, mastigação e deglutição, já que os órgãos utilizados para essas funções são os mesmos utilizados para a articulação da fala.
Muitas vezes a avaliação fonoaudiológica pode detectar e prevenir possíveis problemas futuros, pois podemos tomar alguns cuidados aos quais chamamos de prevenção e devem começar ainda na infância, com a criação de hábitos saudáveis que serão importantes para a vida futura.
Como vimos, o ato da fala está intimamente ligado à alimentação e suas etapas, as quais podem determinar alterações articulatórias futuras, se retardadas, apressadas ou mal realizadas, sendo que as mesmas podem ser evitadas, respeitando-se o desenvolvimento natural das etapas da alimentação.


                                                        

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

COMO ESCOLHER A ESCOLA DO SEU FILHO!

Na hora de decidir aonde deixar os pequenos por boa parte do dia, preste atenção em uma série de fatores: da limpeza ao projeto pedagógico.

Hoje, mais do que ser um local apenas de cuidado das crianças, as boas escolas de educação infantil seguem à risca o compromisso com os aspectos educacionais. Pesquisas do mundo todo mostram que a frequência desde cedo  à creche e à pré-escola causa efeitos positivos na vida da garotada.

             1. Qual deve ser o projeto educacional?
A melhor opção é aquela que está de acordo com as expectativas dos pais em relação à formação do filho. De forma geral, as propostas podem ser divididas em três tipos: a tradicional, a lúdica e a socioconstrutivista. A primeira prioriza a disciplina e o cumprimento de regras. O foco do segundo tipo são as brincadeiras, mas com pouca preocupação pedagógica. O terceiro é defendido por referenciais nacionais e é forte em planejamento de situações de aprendizagem, em que há a intenção clara e conteúdos para cada faixa etária. Um exemplo são atividades divertidas com bacias cheias de água e objetos de diferentes pesos para trabalhar o tema da flutuação com crianças de 4 a 5 anos. Em todos os projetos, observe se há trabalhos com valores, como a cooperação e o respeito às diferenças. Quanto mais próximos aos da sua família, melhor.
         2. Como devem ser os espaços da escola?
Segurança é um item importante. Preste atenção se a escola tem escadas, se estas estão com grade de proteção e corrimão ou, melhor ainda, se opta por rampas ou até nem as tem, se as janelas de andares superiores têm telas, se as tomadas são cobertas e os produtos de limpeza mantidos fora de alcance dos pequenos. As cores dos espaços devem formar uma coerência visual: portas de uma cor, paredes de outra. As salas precisam ser arejadas e contar com passagens para um solário ou jardim, além de banheiros e trocadores por perto. Por fim, o ideal é que os ambientes disponibilizem materiais, como fantasias, brinquedos e livros, ao alcance das crianças para que elas possam fazer escolhas.
 
 3. Qual é o número ideal de professores por bebê ou criança?
Municípios e estados têm uma resolução diferente para a quantidade ideal de crianças por professor. Segundo o Conselho Nacional de Educação, cada um deve cuidar, no máximo, de seis a oito crianças de até 2 anos, de 15 crianças até 3 anos e de 20 crianças de 4 até 6 anos. Muitos pais podem temer algum descuido com o filho. No entanto, é preciso compreender que uma escola é bem diferente do zelo típico do ambiente familiar: lá as crianças vão ter de dividir a atenção e esperar em alguns momentos, mas há a vantagem de receber cuidados profissionais e conviver, desde cedo, com outros  meninos e meninas da mesma idade.
4. O que preciso é preciso olhar em termos de limpeza?
Todos os funcionários devem ter uniformes limpos e lavar as mãos com frequência. Os brinquedos e as fantasias precisam ser higienizados semanalmente ou sempre que houver necessidade – já os berços e os colchões, diariamente. Na hora da soneca, os colchões precisam ser colocados a certa distância uns dos outros. Mas não fique tão obcecada com a limpeza. Seus filhos precisam brincar no chão e se sujar. Faz parte do processo de crescimento. Além disso, no berçário, se uma criança está resfriada, é provável que as outras também fiquem – e isso é até bom para desenvolver anticorpos logo cedo.
5. É melhor uma escola que ofereça alimentação?
A escola que oferece lanche ou almoço, em geral, conta com a vantagem de ter a orientação de um nutricionista ou uma equipe de nutrição. Assim, é oferecida uma alimentação balanceada e até divertida, como cenouras e outros legumes em formato de bichos. É uma preocupação a menos para você. Além disso, o momento das refeições com os colegas é um aprendizado sobre o ritual de comer em público. Algumas escolas até trabalham com sistema de self-service, que permite que as crianças aprendam a servir a quantidade que vão comer. Mais um ponto para o desenvolvimento da autonomia.
6. A localização da escola importa?
Os especialistas se dividem nessa questão: alguns avaliam que, quanto mais perto de casa ou do trabalho, melhor. Isso facilita a ida ao local em caso de emergência, além de evitar que seu filho faça longas viagens pela cidade e tenha de enfrentar o trânsito ainda pequeno. Outros acham que vale a pena colocar a criança em uma escola um pouco mais distante se ela oferecer um ensino de melhor qualidade. De qualquer forma, fazer crianças muito pequenas viajarem mais de uma hora todos os dias, ou acordar de madrugada, não é a melhor saída. Elas ficam cansadas e até estressadas.
7. O preço é sinônimo de qualidade?
Nem sempre a escola mais cara traz vantagens significativas. Às vezes, a que cobra mensalidades mais em conta e segue uma proposta pedagógica interessante é melhor do que a cara e com prédio sofisticado. Vale observar se o preço pago corresponde, por exemplo, a espaços bem equipados (não necessariamente com luxo) e professores bem formados. A equipe precisa fazer cursos continuamente e, de preferência, financiados pela própria instituição. Essa é uma das principais diferenças de uma escola de qualidade.
8. As escolas bilíngues valem a pena?
Depende do método de ensino oferecido e da familiaridade dos pais com a segunda língua aprendida pelo filho. A criança pode ficar confusa caso fale inglês o tempo todo na escola e, ao chegar em casa, só fale português. Sim, é mais fácil aprender outro idioma desde cedo, mas nem sempre o método usado por algumas instituições é o mais eficiente. A que se diz bilíngue e oferece três aulas de inglês por semana nos moldes tradicionais, com tradução de palavras do português, surte poucos efeitos. Ver um desenho animado numa língua estrangeira, por exemplo, pode trazer mais resultado. Bilíngue deve ser sinônimo de imersão em     dois idiomas.
9. Uma escola que ofereça atividades extracurriculares é mais interessante?
Fazer balé, natação e até aulas de arte pode ajudar as crianças a desenvolver, desde cedo, uma série de habilidades interessantes. Mas na primeira infância ninguém deve ser sobrecarregado. Os pequenos precisam brincar, dormir e passar bastante tempo com os pais. As aulas são compromissos sérios e exigem o cumprimento de horários. Até os 2 anos, não é recomendado que as crianças façam esse tipo de atividade, que geralmente é mais bem aproveitada por garotos e garotas mais crescidos. Por fim, vale observar se um simples passeio na pracinha não deixaria seu filho mais feliz.
10. Depois de um tempo, é ruim mudar as crianças pequenas de escola?
Até os 5 anos, elas criam vínculos fortes com as pessoas próximas porque ainda são muito dependentes. Mudar de escola não é uma missão impossível. Isso deve ser feito caso a criança não goste do lugar ou os pais se sintam mal atendidos. Mas a transição é trabalhosa. O seu filho terá de se adaptar novamente a um novo ambiente. As primeiras semanas costumam ser mais delicadas e a presença de um dos pais ou um adulto de referência ajuda a superar o estranhamento. Caso os pais estejam satisfeitos com a instituição, o ideal é que a criança permaneça até o termino do ciclo pedagógico (educação infantil, ou ensino fundamental I...) evitando assim que a criança se recinta com a mudança da abordagem pedagogica, que pode causar uma regressão inicial no aprendizado.

Fontes: Amanda Polato: http://bebe.abril.com.br/materia/como-escolher-a-escola-do-seu-filho.

Gisela Wajskop, pedagoga e diretora do Instituto Singularidades, Íris Franco, da Clínica Infans, Marina Alexandra Garcez Loureiro Barreto, presidente da Associação Brasileira de Educação Infantil, e documento Indicadores da Qualidade da Educação Infantil, do Ministério da Educação.