Quando  a  quantidade  de  tempo  na  frente  do  computador  e  a  
exposição  a  conteúdos  não  monitorados deve preocupar os pais.
                                  
As
 crianças e adolescentes da atualidade parecem já nascer com 
conhecimentos sobre informática e internet e são cada vez mais adeptos a
 passar horas em frente  ao  computador.  Mas dois pontos que geram 
preocupação  e  discussão são a quantidade de tempo e as páginas 
visitadas que podem não ser tão seguras. E nesse momento muitas famílias
 acabam se questionado: qual é o limite?
Nascidos
 em uma geração formada por pessoas dinâmicas,  inovadoras e  
intensamente  ligadas  às  tecnologias, adolescentes  e  jovens  estão  
evolvidos diretamente  com  as  novas  ferramentas digitais, como mídias
 sociais, por exemplo. Enquanto  especialistas  acreditam  que isso é 
positivo, pois transformam seus usuários em pessoas ágeis e bastante 
ansiosas por mudanças, trazendo benefícios futuros quando chegarem ao 
mercado de trabalho, outros debatem que essa rapidez excessiva pode ser 
prejudicial, pois estão tornando os jovens dispersos e com baixos níveis
 de concentração e foco.
 
 A  nova  geração,  tecnológica,  inquieta  e,  especialmente,  
dinâmica  tem chamado atenção e gerado várias pesquisas em torno do 
assunto. Na Inglaterra, por exemplo, uma pesquisa feita com mais de  
2,3  mil  adolescentes  britânicos,  com idades entre 11 e 18 anos, pela
 empresa Kidscape,  revelou  que,  atualmente,  um em cada dois jovens 
já mentiu sobre seus dados pessoais na internet.
Os
 resultados da pesquisa mostraram que entre os adolescentes que 
admitiram mentir, 12,5% faz isso ao falar com pessoas desconhecidas na 
internet.  São  pontos  como: 
mentir 
 a  idade  (60%)  e  falar sobre relacionamentos pessoais (40%). Além 
disso os dados encontrados revelaram que 45% dos jovens estão mais 
felizes no ambiente  virtual  do  que  na  vida  real  e que 47% deles 
se sentem diferentes quando estão na web.
Em
 São Paulo, um estudo iniciado em 2008 com 2.039 alunos de escolas 
públicas e privadas, na faixa etária entre 10 e 23 anos, reuniu algumas 
constatações  importantes.  São  elas:  o  jovem passa cada vez mais 
tempo conectado à internet; a grande maioria tem seu próprio meio de 
acesso em casa; a grande maioria tem computador no quarto; a maioria tem
 liberdade total de acesso à web; os pais nem sempre estão presentes.
 
               Como consequência se vê jovens mais suscetíveis aos 
problemas que envolvem segurança e ética na internet, à problemas de 
saúde associados ao uso intensivo e  frequente  da  rede  e  mais  
isolados  e distantes  da  família,  dos  estudos  e  das atividades do 
dia a dia. E como soluções, os especialistas envolvidos destacaram:
a)  reduzir a disponibilização de conteúdo inadequado na internet; 
b)  restringir  ou  controlar  o  acesso  dos jovens  aos  conteúdos  inadequados e/ou nocivos. 
 c) aumentar o conhecimento dos jovens sobre riscos e segurança, bem como garantir autonomia  em  situações  de perigo. 
d) 
 tirar o jovem da mesmice e mostrar as inúmeras possibilidades 
construtivas de crescimento, aprendizado e entretenimento sadio que a 
web oferece. 
e) 
 contar com o apoio das escolas para lições de casa, ferramentas de 
busca, novos  projetos,  interesses  pessoais, curiosidades  e  a  
maior  biblioteca  do mundo disponível apenas esperando pelo acesso 
deles.
  
           A adolescente Patricia Lima, 15 anos, já está acostumada a
 usar a internet livremente com o conhecimento dos pais. Para ela  o  
limite  está  ligado  mais  ao  diálogo existente na família do que o 
controle em si. “Meus pais sempre me deram liberdade e conversam sobre 
tudo comigo. Na minha casa o computador ficava no meu quarto.  Hoje  
temos  um  notebook  e,  quando precisamos, ele é utilizado. Não sinto 
mais tanta necessidade de usar a internet, pois acabo perdendo tempo 
para curtir a vida real com minha família e amigos”.
 Um levantamento divulgado em junho de 2010 mostra que 
crianças e adolescentes brasileiros passam cerca de 60% de seu tempo 
online em sites de entretenimento e  comunicação.  A  pesquisa,  
realizada com  usuários  de  internet  pela  empresa comscore também 
apontou que esta faixa etária representou 12% da população total online 
do país, no período de maio do ano passado, sendo que a maior parte do 
tempo (25%) foi gasta com entretenimento, 22% em mensageiros 
instantâneos e 15% em sites de redes sociais. E no mesmo mês houve 
registro de 40,7 milhões de usuários de  internet  com  idade  de  seis 
 anos  ou mais, enquanto na faixa etária de seis a 14 anos representou 
4,8 milhões de visitantes únicos sendo 11,9% do total.
Fonte: Revista Entre Mães & Filhos / Jornalista: Whilzi Gonçalves. 
 



 
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